Desde o início dos tempos, o ser humano teve necessidade de se expressar através da arte, desde os monumentos, esculturas até à representação na Grécia antiga. Contudo só no início do século XIX a arte começou a ser utilizada com fins terapêuticos. Utilizada inicialmente em complemento da psiquiatria e posteriormente Jung utilizou-a na Psicopatologia, a Arteterapia pareceu sempre eficaz no tratamento de problemas ao nível psicológico.
A Arteterapia é um tipo expressão criativa do ser humano, usada com base em teorias essencialmente psicanalíticas e gestalticas. Segundo a teoria psicanalítica qualquer ato criativo, isto é, qualquer tipo de arte é resultado de um conflito inconsciente. Outros autores encontram a arte como uma “auto-resolução” à neurose. Por isso muitas vezes se diz que existe uma ténue entre a genialidade e a loucura.
Existem autores que defendem que os artistas afastam-se da realidade por não a aceitarem como tal, com as suas limitações e condicionamentos. Assim, segundo esta perspetiva a arte é uma negação temporária da realidade por esta não ser suficientemente boa. A Arteterapia também é vista como uma catarse, na medida que revela-se uma libertação de impulsos inconscientes, tendo como objetivo a transformação interna.
Outras teorias, referem-se ao ato criativo como um mecanismo compensatório de um sentimento de inferioridade, em que o artista alcança a auto-realização e afirmação. A Arteterapia pode então ser considerada também uma forma de sublimação.
Contrariando todas estas conclusões, surge a perspetiva humanista, afirmando que a arte é resultado de uma mente saudável. Considerada a força positiva interna aos indivíduos, porém só libertada quando existe abertura à experiência, consciencialização e o foco no momento presente.
Existem inúmeras “variantes” de Arteterapia, intervenções focadas: na pintura, no desenho, na modelagem, na escultura, nas colagens, no drama, na expressão corporal, na música, no canto, na poesia, na escrita livre e em marionetas.
A Sociedade Portuguesa de Arteterapia identifica 4 tipos de intervenção:
Arte-Terapia Educacional ou Estruturada
É uma abordagem semi-direta ou diretiva, em que o Arte-terapeuta estabelece um plano de trabalho a desenvolver em comunidades terapêuticas, centros de Reabilitação e Escolas, entre outros.
Arte-Terapia Vivencial ou Expressão pelas Artes
Neste tipo de intervenção privilegia-se a Expressão Criativa pelas Artes, facilitando-se a descoberta interior através do imaginário e o desenvolvimento da criatividade. É particularmente indicado para trabalho em instituições, com pacientes de evolução prolongada e com patologias severas, nomeadamente psicoses.
Arte-Psicoterapia Integrativa
Corresponde a uma abordagem não diretiva, podendo ser integrados os diferentes tipos de arte.
É aplicável a pacientes para os quais possa ser potencialmente limitante a restrição a tipos de arte específicos, ou aqueles com dificuldades no insight e com um self frágil.
Arte-Psicoterapia Analítica-Expressiva
Neste modo de intervenção integra-se numa perspetiva intersubjetiva. O processo decorre como em qualquer outro analítico, servindo o objeto de Arte como suporte para o aprofundar da compreensão interna e elaboração. Implica duas ou mais sessões semanais. Exige do psicoterapeuta uma postura analítica e um eficaz manejo das teorias psicanalíticas.
Concluindo, a arte e a criatividade promove o bem-estar do ser humano. Considerada uma forma do ser humano superar-se e auto-realizar-se. A arte faz bem à saúde mental. Mesmo que lhe pareça estranho e desconfortável ao início, mesmo que não tenha formação, mesmo que se engane, o importante é o primeiro passo. Sendo assim experimente!
E você? Já experimentou alguma forma de Arte? Qual é a que mais lhe interessa?
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Autor: Jorge Elói