A aproximadamente 3 décadas surge pela primeira vez a expressão “ Síndrome de Asperger”. Mas afinal o que é esta perturbação que vem crescendo no interesse de Psicólogos e Psiquiatras? Que difere do autismo? Como podemos lidar com isso? São sempre questões que surgem em pessoas que contactam direta ou indiretamente com crianças com esta perturbação.
O termo “Síndrome de Asperger” surge numa revista científica pela primeira vez em 1981, com o objetivo de homenagear Hans Asperger um psiquiatra e pediatra que estudou essa perturbação identificando-a em 1944. Mas só em 1994 foi reconhecido oficialmente pelo DSM, na sua 4ª edição.
O Asperger pertence ao espetro do Autisto (Ver Autismo: Conselhos e Características ). Mas diferem do Autismo, relativamente na Tríade Autista, o domínio social e comportamental pode estar igualmente afetado, porém o domínio da linguagem e comunicação não apresentam atrasos significativos, nem ao nível cognitivo.
As características principais das crianças com Asperger são:
Deficit grave na interação social – Os Aspergers têm dificuldade em compreender as suas emoções e as dos outros, apresentando um extremo egocentrismo. Dificilmente compreendem e interpretam o que o outro está a sentir ou que sentimento está associado a determinada expressão facial. Alguns autores chegam a falar em baixa inteligência inter e intra pessoal (Ver as 9 Inteligências de Gardner) .
Interesses, atividades e comportamentos muito restritos – As crianças com Asperger, possuem interesses muito específicos durante muito tempo. É frequente encontrar crianças com Asperger com um único tema de interesse. Além disso, estas crianças apresentam comportamentos repetidos e estereotipados, à semelhança de outras perturbações do espetro autista. Tal como o autismo, possuem fortes rotinas e dificuldades na mudança.
Sem atrasos significativos ao nível da linguagem e comunicação – Os Aspergers, apresentam linguagem sem prejuízos relevantes. Por norma compreendem e são compreendidos sem dificuldades.
Não revela atrasos relevantes ao nível do desenvolvimento cognitivo – Ao nível cognitivo, as crianças com asperger não apresentam atrasos significativos. Aprendendo a ler, fazer contas, adquirir competências cognitivas a um ritmo normal, possuindo um QI dentro da normalidade.
Esta perturbação, visto ser relativamente recente e existir pouco conhecimento sobre a mesma, o seu diagnóstico torna-se difícil de executar com precisão, sendo muitas vezes confundida com perturbações como a: obsessivo-compulsiva, depressão, esquizofrenia, desordem de Touresse, problemas de atenção, etc.
Tal como qualquer perturbação do espetro do autismo, não existe uma cura, mas existe técnicas de controlo e de estimulação, que podem minimizar os deficits associados. Mas para isso ser possível e eficaz, é necessário ser diagnosticado o mais cedo possível, proporcionando um apoio e acompanhamento desde cedo de forma a prevenir e minimizar consequências. Pode encontrar aqui os critérios para o diagnóstico segundo o DSM-IV.
Estudos indicam que o Asperger é 4 a 5 vezes mais frequente do que ao Autismo, sendo mais comum entre os rapazes do que nas raparigas. Relativamente à origem desta perturbação, tal como o autismo, não existe unanimidade, porém acredita-se também surgir de uma predisposição genética, originando uma desordem neurobiológica.
Alguns Aspergers, dado o seu elevado interesse e investimento sobre áreas muito especificas, conseguem desenvolver competências específicas, muito acima do considerado normal, como fazer contas, calcular sequencias numéricas, saber que dia da semana foi dia x, entre outras, porém estas competências especificas não são sinónimos de elevados QI.
Na prática revelam-se mais estáveis que os Autistas, porém é necessário:
- Rotinas consistentes e sem surpresas;
- Aplicar regras de forma gradual, por escrito de preferência;
- Usar o seu interesse, para relacionar com outros conhecimentos.
- Usar exemplos e pensamento concreto;
- Evitar lutas de poder.
Conhecia o Síndrome de Asperger?
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