A Dislexia, é atualmente uma das dificuldades centrais da aprendizagem, visto que afeta diretamente o processo de leitura e a leitura no mundo de hoje é essencial para compreender o mundo que nos rodeiam. Assim acresce a importância desta dificuldade e a necessidade de ser compreendida.
A Dislexia constitui uma dificuldade de aprendizagem que resulta numa leitura lenta, silabada e/ou com erros. Não pode ser explicada por ensino deficiente, fatores socioculturais ou défice cognitivo. A origem não é unânime, porém considera-se que existem fatores genéticos e ambientais que possam interferir. Apesar de tudo isto existem muitos diagnósticos errados, diagnosticando dislexia quando não é realmente ou interpretando-a como algo reativo.
É extremamente frequente (entre 10 a 20%), variando segundo a “transparência” da língua, isto é, da estrutura linguística responsável pela conversão grafema-fonema. Não há diferenças entre géneros, apesar das perturbações do desenvolvimento incidirem principalmente sobre os rapazes.
Esta dificuldade tem origem numa disfunção cerebral e não nos olhos como se pensava inicialmente. Através da Ressonância Magnética funcional, verificou-se que nas pessoas disléxicas as zonas relativamente à leitura não funcionam como deveriam (Ver NeuroPsicologia: O Cérebro Humano) .
É comum, as crianças com dislexia apresentarem outras dificuldades associadas, como défice de atenção, perturbações motoras, dificuldades na linguagem, e outras dificuldades da leitura e calculo.
A Dislexia é responsável por atrasar o desenvolvimento da leitura, influenciando não apenas a velocidade, mas especificamente a troca de letras e silabas e/ou desrespeito pela pontuação ortográfica. Contudo esta dificuldade não está relacionada com a inteligência nem com a criatividade. Thomas Edison (o inventor da Lâmpada) era disléxico, porém ainda assim muito criativo e inteligente.
Se não for diagnosticada a tempo e devidamente acompanhada, a Dislexia tenderá para piorar continuamente, aumentando progressivamente as dificuldades de leitura, isto porque resulta num ciclo vicioso. A dislexia dificulta a leitura, logo o leitor, despende muito esforço para ler corretamente, por consequência, ler não será uma coisa prazerosa, mas algo cansativo, e assim irá ser gradualmente evitada, o que irá agravar mais as dificuldades.
Não existem remédios, além do esforço e treino intenso. Existem relatos de “curas milagrosas”, idas à “bruxa”, porém unicamente têm efeito placebo ( Ver Efeito Placebo). Esta dificuldade, embora possa ser corrigida e controlada, surgirão ao longo da vida, sempre dificuldades subtis principalmente quando se está cansado ou com falta de dormir.
A Dislexia tem associado em muito dos casos a Disgrafia, esta representa uma dificuldade na escrita, refletindo-se na troca de letras, escrita ilegível, espaços inconstantes entre letras e palavras, posição anómala e/ou força excessiva na mão e dedos, dificuldade em por os pensamentos em papel e copias lentas. Outra dificuldade por vezes associada à Dislexia mas não tão frequente, é a Discalculia, manifestando-se na dificuldade de ler números, dificuldade a fazer operações, fazer reduções, dificuldades em sequências e orientação espacial.
Por vezes a Dislexia confunde-se com Hiperatividade com Défice de Atenção, por a Dislexia ter dificuldades de atenção associadas e a Hiperatividade com Défice de Atenção pode ter problemas de leitura associados, mas ambas são coisas muito distintas, como podemos ver aqui a Hiperatividade (Ver Hipersatividade e Défice de Atenção) e Dislexia inserida nos Transtornos da Leitura (DSM-IV).
Foi-lhe útil este artigo? Já conhecia a Dislexia?
Posts Relacionados: A importância da Psicologia ; 6 Dicas para Educar com Limites ; Aprendizagem: 3 Regras para uma Estratégia Eficaz ; BIRRAS: 6 Conselhos Úteis ; Bullying: 5 Medidas Essenciais para a sua Prevenção e Controle; Hiperatividade e Défice de Atenção: Causas e Consequências ; Psicologia Educacional
Siga-nos no Facebook , no Twitter ou no Google+
Autor: Jorge Elói