Recentemente a popularidade da terapia focada nos esquemas mal adaptativos vem aumentando. Mas afinal o que são esquemas mal adaptativos? E de que forma eles influenciam o nosso comportamento?
Os esquemas são um conjunto de crenças e sentimentos fundamentais, que o individuo possui sobre si próprio ou sobre meio envolvente, que o individuo aceita sem os por em causa. Este constitui uma base central para o seu funcionamento intrapsíquico e comportamental.
Os esquemas têm origem na infância, construídos através de uma educação desadequada ou mal direcionada. Depois de se formarem, dificilmente sozinhos somos capazes de os “destruir”, já que na maioria das vezes não temos consciência deles. Visto que o seu funcionamento é na maioria das vezes inconsciente.
Um individuo, pode possuir mais de que um esquema em simultâneo, mas por norma, existe sempre um que se sobrepõe a todos os outros.
Dos esquemas resultam pensamentos e comportamentos disfuncionais, daí o nome de “esquemas mal adaptativos”.
Esta teoria pressupõe que muito do mau estar psicológico, bem como algumas das doenças mentais possam ter origens nos esquemas. Assim, esta terapia cognitivo-comportamental, focada no esquema é cada vez mais popular, bem como a concetualização de casos, através dos mesmos.
Existem 15 esquemas mal adaptativos, divididos em 5 grandes domínios:
Desconexão e Rejeição – Relacionado à frustração vivenciada pela pessoa relativamente ás expectativas de segurança, carinho, empatia, partilha, aceitação, (entre outros) face as outras pessoas. A este grupo estão vinculados 5 esquemas : abandono; privação emocional; abuso/desconfiança; isolamento social e vergonha/defetividade.
Autonomia e Desempenho Prejudicados– Relacionado à incapacidade experienciada pelo indivíduo, impossibilitando este de ser autónomo, sobrevivendo de forma independente e com bom desempenho. A este grupo estão vinculados 4 esquemas: fracasso; incompetência/dependência; vulnerabilidade a dores e doenças e emaranhamento
Limites Prejudicados – Relacionado com os limites internos mal definidos, pela ausência de responsabilidade com os demais e/ou pela dificuldade de orientação para a concretização de objetivos longínquos. Também caraterizada pelo incapacidade de respeitar os limites e direitos dos outros. A este grupo estão vinculados 2 esquemas: merecimento e autocontrole/autodisciplina prejudicados.
Orientação para o Outro – Relaciona-se com o foco excessivo nas necessidades, desejos e sentimentos dos outros em prol da busca constante da obtenção do amor. Muitas vezes, a pessoa suprime ou negligência as próprias necessidades com o intuito de conseguir aprovação do outro. A este grupo estão vinculados 2 esquemas: subjugação e auto-sacrifício.
Supervigilância e Inibição – Refere-se ao bloqueio da felicidade, auto-expressão, relacionamentos íntimos, relaxamento e comprometimento da própria saúde, devido à excessiva inibição dos seus sentimentos, impulsos, escolhas pessoais e espontaneidade. Isto devesse a regras e expetativas interiorizadas, demasiado rígidas, relativamente ao seu desempenho e comportamento. A este grupo estão vinculados 2 esquemas: inibição emocional e padrões inflexíveis.
Os esquemas são retroalimentados, isto é, possuindo um esquema, irá influenciar a forma de agir, pensar e interagir com os outros. E de forma inconsciente o indivíduo irá contribuir para a verificação e consequentemente perpetuação do mesmo, mesmo que isso o faça sofrer profundamente.
Iremos abordar cada domínio e cada esquema pormenorizadamente, gostaria então de saber se existe alguma preferência vossa, para que possamos definir uma ordem. Qual dos esquemas domínios lhe interessa mais? Possui algum?
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Autor: Jorge Elói