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NeuroPsicologia: Linguagem

Quando falamos com outra pessoa, a linguagem, parece-nos quase automática, sem esforço e espontânea, algo simples, porém esta é considerada uma capacidade cognitiva complexa. Mas como se processa a linguagem? Quais as áreas responsáveis?

A Linguagem, é considerada uma capacidade cognitiva complexa, visto que evolve varias tarefas elementares. Ao contrário, que possa esta não se desenvolve espontaneamente, como no caso dos músculos. Nem se aprende nós livros, como a leitura.

Para esta capacidade se desenvolver tem que existir obrigatoriamente socialização, contacto com outros seres humano. Sem esse requisito é impossível desenvolver a linguagem, o que aconteceu em algumas crianças-selvagens. Estas perderam-se ou foram abandonadas enquanto bebés e milagrosamente sobreviveram, sendo criadas por animais selvagens. Porém, quando encontradas, não possuíam qualquer linguagem, apenas emitiam ruídos e comportavam-se como animais.

Investigações e acontecimentos como as crianças-selvagens, afirmam que se não se aprender a falar até à puberdade, a área do cérebro responsável, deixará de ter capacidade de aprender. Nos seres humanos “que socializam”, a aquisição da linguagem, em média está completa por volta dos 4/5 anos de idade.

A Linguagem, é considerada fundamental para o desenvolvimento humano saudável. Incrivelmente a Linguagem antecede ao Pensamento, sem a linguagem seriamos incapazes de pensar. Isto é, embora inconsciente e quase impercetível, a linguagem é fundamental para formatar as bases do pensamento humano. Pensamos através de palavras, verbos, frases.

Ao nível neurológico a Linguagem ocorre fundamentalmente em 2 áreas:

Área de Broca – Responsável pelos movimentos musculares, cordas vocais, lábios e língua. Transformando o discurso organizado internamente, num conjunto de sons padronizado, isto é, converte o discurso interno em “fala”, numa linguagem previamente aprendida e integrada.

Área de Wernicke – Transforma as ideia e o conhecimento, que se pretende “falar”, numa série de palavras, frases, entoações. Isto é, ela escolhe e define o discurso, a entoação, as palavras e frases, de uma ideia ou conhecimento que queremos transmitir.

Outras – A Linguagem ocorre fundamentalmente na área de Broca e Wernicke, porém estão interligadas com muitas outras áreas, visto que ao mesmo tempo que se fala, temos que aceder à memória, por vezes a mais que uma em simultâneo, como quando descrevemos uma experiência passada, acedemos à memória verbal e à memória episódica em simultâneo (Ver Memórias). Além de que, a linguagem deve-se adequar ao contexto, e para isso devemos ter inputs do exterior, logo previamente à linguagem e em simultâneo, o meio e o público-alvo é continuamente reavaliado, de forma a adequar o discurso ao mesmo. Além de que possam existir eventuais assuntos/palavras proibidos em determinado meio/publico, logo o cérebro deverá também contornar esses obstáculos. Apesar da linguagem ocorrer na área de Broca e Wernicke, existem muitas outras áreas associadas indiretamente.

Em resumo, a Linguagem é uma capacidade cognitiva complexa, fundamental para a formatação do pensamento humano (tal como o conhecemos). É adquirida através da socialização e existe um período fundamental para o seu desenvolvimento. Este conjunto de conclusões dá origem a uma série de questões. Como por exemplo: Existirá outras formas de “formatar” o pensamento? Se para a sua aquisição (da linguagem) é necessário o contacto com pessoas que já possuam essa capacidade (linguagem), até onde irá o nosso potencial? Que capacidades desconhecidas, poderíamos adquirir, se contactasse-mos com pessoas que já as possuíssem? Se existe uma idade crucial para o seu desenvolvimento, teremos “perdido” alguma capacidade que desconhecemos?

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Autor: Jorge Elói

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