Desde o início, a humanidade se questionou: “O que define quem somos?”, “Nascemos já definitivos ou vamo-nos construindo?”. Mas qual será a resposta?
Atualmente, embora ainda não se ainda a informação necessária para responder especificamente a perguntas como: “O que nós define?” ou “O que faz sermos quem somos?” , a ciência já está muito próxima de responder com a exatidão a todas estas questões.
Hoje sabemos que todas estas questões se resumem inevitavelmente a um confronto, num do extremo estão os Genes noutro, o Meio Ambiente. Porém, apesar de todos os avanços científicos e tecnológicos, atualmente não existe unanimidade em torno desta questão.
Genes – Os genes são as unidades fundamentais da hereditariedade, são através eles que os nossos antepassados nos passam as suas características, constituindo o DNA. O DNA representa a informação dos nossos pais, junta e recombinada. Este define estruturalmente a nossa estrutura biológica. Isso implicaria que ao nascer teríamos previamente definido a forma como seria-mos no futuro. Estando “condenados” e “limitados” às características dos nossos pais.
Meio Ambiente – Refiro ao “Meio Ambiente” como todos os “inputs” externos, nomeadamente: cultura, características socio-demográficas, relacionamentos, etc. Em resumo, podemos falar de Educação, já que todos os “inputs” externos constituem uma forma de Educar implícita e/ou explicitamente. Através destes, são definidos o que é aceitável ou não, o que é valorizado ou não, como se comportar, como se relacionar, e tudo isto é uma forma de educar e ao mesmo tempo construído pela cultura, pelas características da sociedade em geral e mesmo pelas pessoas mais próximas.
Ao longo do tempo existiram várias respostas a estas questões, muitas vezes extremistas. Um pouco de História:
No século XVII o filósofo John Lock apresenta a Teoria da Tábua Rasa, afirmando que todas as pessoas nascem intrinsecamente iguais e vazias, assumindo a experiência como principal fator de as diferenciar. No século XVIII o filósofo Jean-Jacques Rousseau continua afirmando que todas as pessoas nascem intrinsecamente iguais porém assume o meio e a sociedade como responsável pelo desenvolvimento humano. No século XX o psicólogo John Watson afirma que o que nos distingue é a forma como nos associamos os estímulos à nossa volta no extremo oposto o antropólogo Francis Galton afirma que o comportamento humano é unicamente influenciado pelos genes, porém assume que as características externas podem influenciar a “expressividade” dos genes. Pouco depois a antropóloga Margaret Mead afirma que a cultura é responsável pelo desenvolvimento humano, pois muitas vezes ela sobrepõe-se às supostas predefinições biológicas e/ou genéticas.
Como é óbvio, as teorias psicológicas darão mais ênfase à Educação e ao Meio, enquanto as teorias biológicas/ genéticas darão mais ênfase aos genes como motor do desenvolvimento. Contudo hoje sabe-se que internamente somos uma “mistura” fruto de uma interação entre os genes e o meio. Estudos indicam que dependendo da característica, a proporção da intervenção de cada destes dois fatores altera-se. Logo isso tem consequências na forma como vivemos e na nossa perspetiva sobre o mundo. Nada está pré-determinado, podemos não ter controle sobre tudo, mas temos o controle suficiente para sermos o que queremos ser, sem restrições. Em última instância tudo culmina numa DECISÃO SUA.
Curiosidade: Estas questões muitas vezes são levadas para outras áreas como o desporto, para o futebol especificamente. Messi, que supostamente “nasceu com o dom”, ou Cristiano Ronaldo, que “provocou o nascimento do dom” com trabalho extremo e árduo. Quem é o melhor?
E você, já decidiu o que quer para si?
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Autor: Jorge Elói