Muitas vezes a perceção induz-nos em erro, percecionando algo que não é real, será uma alucinação ou ilusão? Qual é a diferença?
A Alucinação é a perceção de um estímulo externo quando este efetivamente não existe. O estímulo pode ser de vários tipos, nomeadamente visual, olfativo, tátil, auditivo e gustativo.
Para quem está a ter a alucinação, esta não questiona em algum momento a sua perceção, acreditando convictamente que a alucinação é real. As alucinações podem estar associadas a inúmeros fatores, como: quadros psiquiátricos, consumo de substancias psicoativas/drogas, stress, medo, fadiga, perturbação e/ou privação do sono, febres.
Podemos encontrar então:
Alucinações Auditivas: referem-se quando o sujeito ouve algo que não existe, desde uma voz dentro da sua cabeça, paços de alguém que não existe ou até mesmo musica. Segundo alguns investigadores possivelmente teria sido responsável por Van Gogh ter “cortado” a própria orelha.
Alucinações Visuais: talvez pela visão ser o sentido que o ser humano dá mais enfase e também por ser o mais desenvolvido ao nível neurológico, torna-se o que tem mais impacto e o menos inquestionável. Nas alucinações visuais, o individuo vê algo que não existe, desde objetos, pessoas ou mesmo locais. Muitas vezes estas podem ser induzidas, existem relatos que Salvador Dali, privava-se de sono, com o intuito de ter alucinações e daí inspirar-se para seus quadros.
Alucinações Táteis: neste tipo o individuo sente algo que não existe, pode-se relacionar com a temperatura (frio ou calor), pode se relacionar com a pressão ou mesmo sentir dor sem motivo algum (acontecendo frequentemente na hipocondria).
Alucinações Olfativas: referem-se a quando o individuo cheira algo que não existe, pode ser desde: fumo de charuto, um perfume ou cheiro a flores.
Alucinações Gustativas: quando o individuo sente o sabor de algo de algo aparentemente impossível para o momento.
Alucinações sinestésicas e cinestésicas: esta tem a ver com a nossa perceção sobre o nosso corpo e órgãos. Nestes casos o individuo pode ver-se com um 3 braço, um olho extra, sentir animais dentro de si ou sentir órgãos a moverem-se, entre outras coisas.
A Ilusão à semelhança da alucinação, deriva de problemas de perceção, mas no caso da ilusão é assumido como menos “grave”, visto que se deve a uma distorção da perceção, isto é, percecionando estímulos externos de uma forma não correta. Todos os sentidos podem ser confundidos por ilusões, porém as ilusões visuais ou óticas são as mais populares.
É importante referir uma diferença significativa entre a alucinação e a ilusão, a alucinação tem necessariamente origem intrínseca no individuo, enquanto a ilusão pode ser resultado da composição do ambiente. Existem algumas abordagens que afirmam que toda e qualquer alucinação terá algum significado consciente ou inconsciente para o sujeito, visto ter origem no seu interior.
Uma outra coisa curiosa a existência de alucinações negativas, isto é, as pessoas que afirmam não percecionar nada quando realmente existe estímulo externo. Juntando com este fato a existência de alucinações coletivas, isto é, alucinações partilhadas por um conjunto de pessoas. Pode explicar a lenda dos indígenas das Bahamas não verem as caravelas à chegada de Cristóvão Colombo, e só viram depois de um ter “conseguido” ver. Ou por outro lado pode abrir a hipótese da existência de estímulos externos entre nós que somos incapazes de percecionar, por não estarmos “preparados” para tal.
O Cérebro Humano prefere uma Realidade Coerente a uma Realidade Real.
E você, já teve problemas de perceção?
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Autor: Jorge Elói