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Síndrome de Peter Pan

Pouca gente não conhece a história do Peter Pan, o menino que não queria crescer. Na Psicologia existe um Síndrome de Peter Pan. O que nos pode dizer a história do Peter Pan sobre este síndrome?

Para quem não conhece Peter Pan era um menino que a característica principal era o fato que nunca crescia. Vivia num mundo de fantasia a “terra do nunca” e nessa terra todos os sonhos eram possíveis.

O síndrome de Peter Pan foi criado e utilizado a primeira vez por Dan Kiley, um psicólogo norte-americano em 1983. Referindo-se a este como um atraso de decisões vitais como forma de evitar responsabilidades dos adultos. O mesmo autor qualifica a entrada na maturidade como uma odisseia e segundo Homero “Odisseia”  é uma longa viagem, em que Ulisses volta para a esposa, após a Guerra de Troia, passando por aventuras, lutas, fantasias, monstros, amores e perigo.

Dan Kiley apresenta 6 sintomas centrais:

  1. Irresponsabilidade- Resultado de uma educação extremamente permissiva dos pais, sem limites nem punições. Sem iniciativa, preguiçoso e procrastinador. Evita responsabilidades, trabalho ou contas para pagar;
  2. Ansiedade- Profunda insatisfação consigo,embora muitas vezes não o demonstre diretamente. Julga erradamente situações vitais, além de ter frequentemente problemas com pessoas (masculinas) de autoridade, ex: pai, padrasto, professor, policia;
  3. Solidão- Como todas as crianças acreditam, a comida, casa e segurança são um direito e não algo pelo qual temos de batalhar, assim para as pessoas com síndrome de Peter Pan o valor do trabalho é o primeiro a desaparecer, pois o prazer é um direito e não um privilégio obtido pelo trabalho. Não procura ativamente trabalho, acomoda-se respondendo “estou à espera que me chamem”, como se alguém ou alguma entidade tivesse a obrigação que resolver o seu problema;
  4. Conflito relativo ao papel sexual- Estabelece uma clivagem clara entre os papeis dos rapazes e papeis de raparigas, em que os rapazes não podem de forma alguma ter comportamentos que ele próprio ajuíza como femininos, como chorar, fazer teatros, etc;
  5. Narcicismo ou chauvinismo-Muito egocêntrico e centrado em si próprio. Frequentemente possuindo opiniões exacerbadas, tendenciosas e/ou agressivas relativamente a um país, pessoa, grupo ou ideia, que vai de encontro ao fato de querer provar continuamente (aos outros e a si próprio) que é o melhor e as suas opiniões são as únicas corretas;
  6. Estilo de vida “Pirático” – Comportamento frequentemente sem moral e ética, com tendência a quebrar leis. Por vezes desvaloriza ou trai amizades para seu próprio benefício ou valorização.

 

Também se verificam outros sinais:

  • A sedução mais pela juventude (passado) que pelo momento real;
  • Medo extremo de solidão;
  • É inseguro, embora possa inclusive apresentar o contrário;
  • A atitude centra-se em receber, pedir e criticar, não se preocupando em dar ou fazer;
  • Acredita que os compromissos são obstáculos para a sua liberdade;
  • Tem a seu lado a pessoa que cobre as suas necessidades básicas;
  • Não se responsabiliza do que faz, acreditando que os outros se responsabilizam por ele;
  • Vive centrado em si mesmo: no seu trabalho, nos seus problemas, nas suas tristezas, etc;
  • Embora tenha alguns sucessos e vitórias, a vida nunca será como ele gostaria, é então uma contínua desilusão;
  • Está sempre insatisfeito com o que tem, porém nunca toma iniciativas de forma a inverter a situação.

É importante referir que e ter consciência que o conceito de maturidade é construído socialmente dependendo de muitos fatores. O que no passado era indicador de maturidade ou imaturidade, atualmente pode não ser. No mesmo sentido, o que na nossa cultura possam ser indicadores de maturidade em outras podem não ser. Muitos conceitos vão se transformando consoante as transformações da sociedade.

Há uns anos atrás casar e ter filhos era um indicador e quase sinónimo de maturidade, porém, a maturidade é ao mesmo tempo sinónimo de discernimento, lucidez e consciencialização. Pergunto-me então, nos dias de hoje, dadas as características sócio-ecónomicas dos países em que vivemos (por exemplo: Portugal ou Brasil), o fato de casar e ter filhos continuará a ser indicador de maturidade ou pelo contrário, de imaturidade?

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Autor: Jorge Elói

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