Quase todo o mundo tem um vício. Porém há vícios mais negativos que outros. Mas o que é um vício? E como se origina?
A palavra “Vício” deriva do latim “vitium”, que significa falha ou defeito. É definido como um hábito repetitivo que regenera ou causa algum prejuízo a quem o pratica ou possui. Muitas vezes o prejuízo é direto e a curto prazo outras vezes o prejuízo é indireto a longo prazo. Tudo depende de qual for o vício.
É mais difícil definir vício do que se pensa à primeira “vista”. As adições são vícios, mas os vícios podem não ser adições. Isto é, as adições correspondem a uma dependência orgânica, psico-social ou mista de qualquer substância interna ou externa. Porém o vício pode não ser diretamente uma dependência, pois também é considerado vício à repetição de comportamentos, hábitos ou padrões, sem estar relacionado com nenhuma substância. Como o exemplo dos “viciados no trabalho” ou trabalhador compulsivo.
Na abordagem da psicologia comportamental o vício é resultado de uma construção orgânica, iniciada por um comportamento que por alguma razão foi reforçado por um prazer químico ou ainda pode ser considerado um “problema” puramente biológico, sem qualquer nível psico-social, visto ser possível em laboratório “viciar” animais inferiores que não possuem dimensão psicossocial.
Qualquer comportamento positivo ou negativo só se repetirá se estiver associado a algum reforço ou estiver associado “racionalmente” com algum ganho. Isto é, é possível criar hábitos através de um reforço ou através da racionalidade, porém nem todos podemos considerar vícios.
Existe 2 problemas centrais num vício, o primeiro é o prejuízo direto ou indireto para alguma das dimensões da vida do sujeito que possui o vício. Outra questão importante que surge associada ao vício, é o fato de o vício ser considerado um comportamento associado a algum reforço, principalmente benefício químico, interno ou externo. Porém o organismo facilmente ganha tolerância a novas substâncias, tanto internas como externas, logo o individuo se quiser sentir-se igual á primeira vez do reforço, terá de gradualmente de aumentar a doce (ou reforço) da substância química ou terá que desenvolver um comportamento mais repetitivo ou acentuado, caso o reforço seja interno.
Aumentando gradualmente a dosagem ou acentuando e/ou repetindo o comportamento combate a tolerância do organismos ao reforço químico, tornando-se num circulo vicioso sem retorno. Já que se aumentar gradualmente a dosagem mais tarde ou mais cedo, chegará a um limite altamente prejudicial, em que os seus comportamentos são completamente desajustados e estando impossibilitado por aumentar mais a dosagem ou acentuar e/ou repetir o comportamento, por limites económicos, sociais, funcionais, etc. É nesta fase que o viciado terá 2 caminhos possíveis, parar o ciclo e enfrentar a “punição” e todos os seus sentimentos associados visto ter chegado ao seu limite ou então forçar o seu limite, entrando em áreas como a delinquência e a psicopatia.
Mas no entanto existe sempre uma questão enigmática: Porque algumas pessoas se viciam tão facilmente e outras não se viciam?
Não há resposta aceite unanimemente a essa questão. Alguns investigadores defendem uma predisposição genética, outros investigadores acreditam que o vício é uma mistura de amor, necessidade e prazer, em que cada mistura é única. Teoricamente podemo-nos viciar de qualquer substancia e qualquer comportamento se pode tornar um hábito, tudo depende de como vivemos e sentimos esse momento.
E voce, tem algum vício?
A Importância da Psicologia ; Como “Reciclar” Sofrimento em 4 Etapas ; Psicologia Clínica e a Relação Terapêutica ; Deus: Acreditar ou não Acreditar ; 9 Dimensões para Desenvolver a Criatividade; 12 Crenças Irracionais de Ellis; Luto: 5 Fases Fundamentais; Efeito Psicológico do Desemprego ; Suicídio: Mitos e Fatores de Risco
Autor: Jorge Elói