Os antidepressivos são possivelmente os medicamentos mais comercializados no mundo, mas será que se justifica? Será que são assim tão eficazes?
Estudos feitos demostram que 1 em cada 4 pessoas têm algum distúrbio mental durante a sua vida. Provavelmente aproximadamente metade dessas pessoas serão medicadas com antidepressivos, visto que os antidepressivos são prescritos não apenas para a depressão, muitas vezes utilizados como calmantes, inibidores da angústia, inibidores de ansiedade, reguladores de sono e também frequentemente utilizados em sintomas psicóticos.
Este potencial leque de aplicabilidade em conjunto com o desejo desesperante da pessoa por melhorar o mais rápido possível é provavelmente a causa da sua elevada comercialização. Mas uma pergunta que as pessoas que tomam antidepressivos devem fazer é:
O mais importante é melhorar rapidamente ou ficar curada?
A maioria ou todas as pessoas, responderão que preferiam ficar curadas, porém as suas ações vão no sentido oposto. Pois muitas vezes as pessoas acreditam não terem “tempo” para ficarem doentes, optando por “melhorar rapidamente” pensando que ficarão curadas, recorrendo aos antidepressivos como “comprimido milagroso”, o que não sabem é que ao fazerem isso estão aos poucos a afastar-se da cura.
Vamos então observar os principais efeitos adversos:
- Disfunção sexual –Parece um contrassenso, pois quando o objetivo é sentir-se melhor, mais alegre, menos deprimido, surge a perda de interesse e/ou prazer sexual. Para muitas pessoas, principalmente homens esse “efeito” pode dar origem a uma extrema angústia, visto ser ainda hoje sinonimo de virilidade. Por outro lado, num casal a perda de interesse de uma das partes, em conjunto com a falta de informação pela outra parte, pode dar origem a ciúmes, discussões, etc., resumindo maior angústia.
- Ilusões de Grandiosidade –Um dos efeitos que os antidepressivos podem originar é a Mania. Como se a autoestima se eleva-se drasticamente e de um momento para o outro, vê-se capaz de mudar o mundo e como tudo girasse à sua volta. Este sintoma dificulta socialização e a integração social, já que o egocentrismo é considerado por muitos dos maiores “defeitos”. O que indiretamente provocará maior angústia e desintegração.
“Obrigatório” Aumentar a Dosagem :
- Tolerância – Como qualquer “droga” consumida, o organismo ganha gradualmente tolerância, isto dá origem a que para conseguir os mesmos efeitos, serão necessárias gradualmente doses mais elevadas
- Síndrome de Abstinência- Como qualquer “droga”, quando se para de consumir ou se reduz a dose, fazem-se sentir sintomas de abstinência, tais como:
1)Psiquiátricos: Insónia, irritabilidade, ansiedade, explosões de choro, distúrbio de humor
2)Neurológicos e motores: tonturas, cefaleia, alterações na sensibilidade da pele, tremores, vertigens, falta de coordenação motora.
3)Gastrointestinais: alterações no hábito intestinal, vômitos, náuseas
4)Somáticos: calafrios, dores musculares, congestão nasal, fadiga.
Como é possível verificar, iniciar a toma de um antidepressivo é um caminho de difícil regresso. Além de ele indiretamente poder agravar o estado de depressão, além de que terá uma série de efeitos e sintomas adversos caso o deixe de tomar.
Pode pensar também que como a depressão é endógena, deriva de uma alteração química interna, não teve outra opção, senão tomar antidepressivos. Lembre-se que o cérebro, toda a sua fisiologia e biologia, pode ter uma componente genética, mas é essencialmente reflexo do “psicológico”. As nossas experiências influenciam a constituição e estrutura do cérebro, daí a importância dos momentos de prazer, da estimulação cognitiva, dos relacionamentos, etc.
Uma outra evidência da ineficácia dos antidepressivos, foram resultados de investigações realizadas, concluíram que não existe diferenças significativas entre os antidepressivos e os placebos (Ver Efeito Placebo). Logo as “melhorias” da pessoas não se devem ao químico, mas à crença e expetativa de que aquele medicamento a fará melhorar.
E você, toma antidepressivos? Gostaria de alternativas?
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