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“Doenças” e os 3 níveis de Intervenção

Muito se fala da doença e pacientes, mas realmente sabe-mos o que é a doença? E quais os niveis de intervenção?

Doença, à semelhança de conceitos como “normalidade”, é um conceito complexo e multifacetado, isto é, não há uma única forma de interpretar a doença, além de que essas interpretações muitas vezes são subjetivas.

O conceito de Doente, varia consoante a época e a sociedade em que se está inserido. Existem exemplos disso, como a homossexualidade, que antes de 1974 era uma doença e atualmente já não o é. Opostamente está a obesidade, que no período do renascimento era considerada símbolo de status e atualmente é considerada uma doença. A este mesmo nível, existe vários fenómenos que presenciados por membros de tribos, podem ser associado a possessões, enquanto na nossa cultura podem ser simplesmente epilepsia (por exemplo).

Como sabemos, somos o que somos devido a fundamentalmente 3 fatores: biológicos, psicológicos e socioculturais. Da mesma forma as “doenças” que temos devem-se a estes 3 fatores.

Atualmente sabe-se que estes fatores, interagem mutuamente, tornando-se assim dinâmicos, invez de inertes e estáticos como inicialmente se pensava. Até mesmo a biologia se altera, mediante a interação dos outros dois fatores.

Refiro-me então a fatores biológicos: como o funcionamento do organismo, o metabolismo, a neurologia, a predisposição genética, etc. Podemos considerar fatores psicológicos, as expetativas, as reações emocionais, os processos cognitivos, as perceções e as respetivas interpretações, etc. E por último, os fatores socioculturais, são a sociedade, a família, os papeis da sociedade, nível socioeconómico, etc.

Provavelmente cada doença poderá ser analisada e “tratada” perante estas 3 perspetivas. Por exemplo a ansiedade:

                A um nível biológico, pode ser interpretada como baixos níveis de serotonina e ao mesmo tempo, elevados níveis de adrenalina e noradrenalina. Tratando-se com sedativos, antidepressivos, ansiolíticos, etc. de forma a conseguir o eventual “equilíbrio” químico.

                A um nível psicológico, pode ser interpretada como a perceção exagerada de perigo, entre outras possíveis interpretações. As formas de possível tratamento, são: ensinar a pessoa a fazer interpretações diferentes, isto é, ensina-la a ter outra perspetiva sobre os acontecimentos. Técnicas como a meditação entre outras, podem também ajudar a pessoa a ficar com os “pensamentos mais calmos” ou pelo menos a controla-los.

                A um nível sociocultural, pode ser interpretada, por a exposição a perigos excessivos. As formas de tratamento é alterar o meio envolvente ou retirar a pessoa desse “meio ambiente”.

Tendo em conta a mútua interação, e a consequente alteração. Uma alteração a um dos níveis, provocará necessariamente alterações dos outros dois restantes. Resta saber a qual nível intervir.

A intervenção ao nível biológico, pode trazer alterações mais rapidamente, porém consigo trás dependências de substâncias. A intervenção ao nível sociocultural, poderá trazer muitos benefícios, muitas vezes é inexequível, pois é difícil e muitas vezes impossível alterar o meio que envolve a pessoa. A intervenção ao nível psicológico, possivelmente é o que necessita mais tempo, para vermos evidências observáveis, contudo é exequível e não implica dependência de substâncias, possivelmente o que trará a mudança mais consistente e duradoura.

Visto isto, não existe uma necessidade de tratamento, única e exclusivamente com fármacos, já que intervindo nos outros níveis, teremos mudanças mais eficazes e duradouras, sem “efeitos secundários”.

E você, a que nível acha mais eficaz a intervenção.

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