Há aproximadamente quatro décadas surgiu a Psicologia Evolutiva, uma outra perspetiva de compreender o ser humano.
Esta perspetiva, propõe que as características psicológicas, tais como a memória a perceção, a linguagem, a inteligência, são simplesmente adaptações. Desta forma é possível compreender a mente humana, à luz da evolução humana. A mente humana é assim resultado da seleção natural e seleção sexual.
Segundo a Psicologia Evolutiva, a psicologia pode ser melhor compreendida à luz da evolução, aplicável a qualquer organismo com sistema nervoso. Nesta perspetiva existem mecanismos psicologicamente evoluídos, tal como a visão, o controle motor, a audição, etc. universais numa mesma espécie.
A psicologia tem as suas raízes na Psicologia Cognitiva e na Biologia evolutiva. Porém tem ainda influencias da ecologia comportamental, da inteligência artificial, da genética, da etologia, da antropologia, da arqueologia, da biologia e zoologia.
Este termo, surgiu provavelmente em 1973 por Ghiselin num artigo para a Science. Contudo foi popularizado por Jarome Barkow, Leda Cosmides e John Tooby com o seu livro “ The Adapted Mind: Evolutionary Psychology and The Generation of Culture”.
A Psicologia Evolutiva tem sido aplicada a vários campos de conhecimentos, tais como a economia, o direito, a psiquiatria, a política, a literatura e o Sexo.
Segundo esta perspetiva, fora as diferenças genéticas, todos nascemos iguais e com iguais potencialidades. Vamos especificando e desenvolvendo as nossas competências e capacidades como forma de nos adaptarmos ao meio.
Na Psicologia Evolutiva, o primeiro ser da nossa espécie, teria as mesmas potencialidades que nós. Isto é, os homens pré-históricos, teriam as mesmas potencialidades que o “homem atual”, porém o meio não necessitava que as desenvolvesse e por esse motivo nunca as desenvolveu. À semelhança das “crianças selvagens”, estas são crianças que por algum motivo, cresceram entre animais, sem contato com as pessoas e a civilização. Estas crianças não desenvolvem a linguagem, a inteligência, o pensamento e o comportamento em todo o seu potencial.
Assim sendo, segundo esta perspetiva, muitas das patologias e doenças mentais de origem psicológica, podem resultar de uma adaptação. Uma pessoa que cresce num ambiente “perigoso” e “instável” é bom que esteja continuamente preparado para tudo, porque o perigo pode surgir a qualquer altura e de qualquer lado, assim sendo vai criar um estado de alerta eminente, a chamada ansiedade. Assim sendo muitas outras patologias ou sintomas podemos observa-las nesta perspetivas, conseguindo “reconstruir” o meio em que se desenvolveram.
Contudo segundo esta perspetiva e visto que somos o que somos devido às necessidades e exigências do meio, surge inevitavelmente uma questão: Estaremos nós no expoente máximo do desenvolvimento do cérebro, ou é possível desenvolvermo-nos mais?
Possivelmente se o meio for mais exigente, proporcionará indivíduos mais e melhor adaptados. Então qual é o limite do desenvolvimento?
Pessoalmente não tenho conhecimento para responder a esta pergunta, podemos porém olharmos para trás na história. Os homens pré-históricos, não tinham linguagem, possuíam pouca tecnológica, possuíam pouco conhecimento e possivelmente era impossível para eles imaginarem a civilização como hoje a conhecemos. Não poderia estar o mesmo a acontecer connosco? Não seremos nós “humanidade atual” apenas um passo de uma longa caminhada?
E você, acredita que estamos no nosso limite de desenvolvimento?
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