Toda a gente sabe o poder dos medos no ser humano, não apenas ao nível racional e emocional, mas também ao nível físico. É inegável que os medos alteram toda a nossa fisiologia. Alterando a forma como reagimos perante determinadas situações, muitas vezes alterando o nosso discernimento e a nossa perspetiva, dificultando-nos de avançar, progredir ou evoluir.
Os medos existem em cada um de nós, não existe nenhum ser humano que não tenha medos. Contudo existe uma grande variedade de medos, uns mais racionais e outros menos racionais (fobias). Uns que conseguimos controlar, outros que não conseguimos controlar (fobias). Existem uns que nos permitem fazer a nossa vida quotidiana enquanto outros não. Existem também medos situacionais e medos “físicos” (medo de coisas que vê-mos, ou que existem, ou pelo menos que pensamos que existem).
Os medos situacionais são por exemplo: falar em público, estar em espaços fechados, andar de elevador, etc. Este sempre relacionados com ações que executamos. Já os medos físicos são mais objetivos, como o medo de cobras, de bactérias, de pessoas com determinada característica, de espíritos, de objetos, etc.
Como é evidente alguns dos medos podemos considera-los normais, pois podem resultar do contexto sociocultural e ao mesmo tempo não influenciam qualquer dimensão da vida das pessoas. Como um individuo viver numa grande metrópole e ter medo de cobras ou leões. O fato de não ter contato com cobras e leões vai contribuir para que este sinta medo, porém, visto que em qualquer dimensão da sua vida ele provavelmente nunca se irá cruzar com estes animais, o medo é irrelevante. Provavelmente nem o próprio individuo vai tomar consciência que possui estes medos, visto que nunca será confrontado com tais animais.
O medo na maioria das vezes, é falta de controlo. O sentimento de não possuir controlo face a algo ou a alguma situação, pode traduzir-se em medo. Se estivemos dentro de uma jaula com um leão solto é óbvio que tenhamos medo, mas esse medo vai diminuindo consoante o controle que “pensamos ter” sobre a situação. Isto é se tivermos conhecimento de como ser domador e tivermos um chicote, iremos ter menos medo. E se o leão tiver preso ida teremos menos medo.
Numa perspetiva matemática, tentando de traduzir este fenómeno numa formula matemática simplificada: poderíamos ter: (perceção de perigo) / (controle percecionado) = MEDO.
Matematicamente falando, independentemente da perceção do perigo se o controle percecionado for nulo (0), o medo será infinito. Como é óbvio a perceção do perigo, como o controle percecionado resultam da combinação de inúmeros fatores, tais como experiencias passadas, inteligência, confiança, competência, etc.
E você, de que tem medo? Gostaria de vencer esse medo?
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